A TECNOSOLO: A CRIAÇÃO

Em fins de 1957, o prof. Antonio José da Costa Nunes, engenheiro notável e precursor no Brasil dos conceitos da Mecânicas dos Solos, disciplina recém introduzidas nos fundamentos dos cursos de engenharia civil, reuniu um pequeno grupo de outros excepcionais técnicos, e fundou a TECNOSOLO destinada, primeiramente, aos estudos dos solos e aplicativos de tecnologias inovadoras nessa área. Costa Nunes, como professor catedrático da Cadeira de Física da então, Escola Politécnica da Universidade do Brasil, conseguiu, no seu dia a dia de magistério, capitanear dezenas de alunos com potencial intelectual diferenciado, constituindo, de forma pioneira, uma equipe de estagiários voltados unicamente para as tecnologias dos solos. O nome da nova empresa, caracterizou, obviamente, sua razão social: a Técnica dos Solos.

As sondagens geotécnicas e os ensaios de laboratórios e de campo foram os primeiros serviços prestados. A partir de então, a logomarca contida nas placas de obras, inundaram a cidade do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador. Costa Nunes era um incentivador de simpósios e congressos e “forçava” seus discípulos a deles participar. Em pouco tempo, a TECNOSOLO passou a se destacar pelo alto padrão de seu corpo técnico, que foi responsável por consolidar A MARCA TECNOSOLO com amplitude, inclusive, internacional. Muito antes mesmo que se criassem no Brasil as Certificações de Qualidade da ISO, a Empresa já estabelecera seus próprios manuais operacionais, verdadeiras enciclopédias especializadas.

Como consequência dessa estruturação, e com a genialidade de Costa Nunes e seus discípulos, a empresa criou e desenvolveu, com pioneirismo mundial, a técnica das ancoragens protendidas, responsável pelas estabilizações de terraplenos. Em decorrência das enchentes de 1966/67, surgiram gravíssimos acidentes nas encostas da rua Santo Amaro, Santa Teresa e Serra das Araras, obrigando a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro a criar um Instituto de Geotécnica, para preservar as encostas da região metropolitana. A TECNOSOLO cedeu então, inúmeros de seus técnicos para compor os quadros daquela instituição, que anos mais tarde, se transformou na fundação Geo-Rio de renome internacional.

A TECNOSOLO foi a empresa brasileira que mais formou engenheiros geotécnicos, numa época em que os cursos de mestrados e doutorados ainda estavam em fase embrionária de implantação nas Universidades. Mais tarde, muitos desses brilhantes profissionais, vieram a constituir suas próprias empresas, passando a disputar o mesmo segmento de mercado. Assim, com novos e competentes competidores que ela própria forjou, a empresa teve que, para ficar à frente da concorrência, mais uma vez, incrementar suas próprias tecnologias e implementou o “TECNOCENTRO”, um laboratório destinado a conceber e aprimorar tecnologias. Dentro desse programa de fomento, foram firmados convênios com empresas internacionais, com troca de conhecimentos recíprocos. Assim, por exemplo, a empresa se habilitou na tecnologia francesa das consolidações dinâmicas, ancoragens pivotantes e ensaios pressiométricos sendo a única no Brasil, a deter essas metodologias.

Nessa ocasião, o atual presidente do Conselho da TECNOSOLO, foi o responsável para transladar esse acervo técnico para nosso país, depois de estagiar na Techniques Louis Menard e acompanhar dezenas de trabalhos, em canteiros de obras por toda a França. Conveniada com um grupo austríaco, passou a produzir fios para confecção de tirantes protendidos, constituídos de resinas e fibras de vidro, com resistência superior a do aço e imunes à corrosão. No campo da agricultura, irrigação e drenagem, associou-se com empresas espanholas e, através da Tecnibéria, importou equipes de agrônomos daquele país que ajudaram a introduzir no Brasil, novas e modernas concepções para os projetos agropecuários. Graças ao sucesso e a qualidade de seus trabalhos, a TECNOSOLO sempre foi chamada a executar desafios como as maiores provas de carga e ensaios “in situ” como as das fundações da Ponte Rio-Niteroi, dos Reatores das Usinas de Angra, e na Barragem de dupla curvatura do Funil, concebeu e executou em caráter mundial, o primeiro ensaio “in situ” para obtenção dos módulos de elasticidade das rochas das ombreiras, verdadeiros recordes, na ocasião. Outras tecnologias inovadoras como as presso-ancoragens foram igualmente desenvolvidas com largo emprego nas fundações industriais e hoje já se contabilizam cerca de 1.000.000m de estacas desse gênero. A metodologia de aglutinação de terrenos não coesivos de predominância arenosa conhecida por Tecnoresina, utilizando resinas epoxi e gelatinosos, foi empregada de forma pioneira, para estabilizar as galerias do Metro-Rio, ao longo da R. Lauro Muller, com sucesso absoluto. Mais tarde, o deslizamento ocorrido no cais do porto de Fortaleza, foi estabilizado por esse processo, bem como, as ombreiras da barragem de Jacuy, da Belgo Mineira e a recuperação das fundações do Ed. Miguelangelo, em Recife.

Como se verá mais adiante para a execução da terceira ponte de Vitória, criou e desenvolveu um audacioso sistema de “sino” pressurizado e submerso para permitir a execução de sondagens. Desenvolveu-se, paralelamente, o uso de concreto de altíssima resistência, empregado na recuperação dos Ed. Palace II e Banita e nos túneis estravasores das barragens de Orós-Ce) e Mauricio (MG). Como era natural, a empresa não se limitou, exclusivamente às tecnologias do solo e enveredou por outros segmentos da engenharia, criando uma notável diretoria de projeto e gerenciamento voltada aos grandes empreendimentos. A TECNOSOLO se caracterizou por ser uma empresa de desafios. Ela ostenta um acervo de cerca de 4 milhões de hectares em cerca de oitenta vales estudados, quase todos eles dentro da região nordestina. Perfurou o maior poço artesiano que se tem notícias no mundo, com uma vazão jorrante de 1 milhão de litros/hora e uma pressão manométrica equivalente a 60m de coluna d’água. Muito relevantes foram os estudos de zoneamento sócio-econômico do Estado de Rondônia, com financiamento do BIRD, que mereceu elogios de organismos da ONU, divulgando o trabalho da TECNOSOLO como padrão a ser imitado, por outros países, como exemplo de metodologias a serem empregadas em estudos similares.

No segmento de transportes, a empresa atuou em dezenas de ferrovias, destacando-se a de Carajás e os Metros do Rio e São Paulo. Nada se compara, entretanto, ao projeto e gerenciamento da Linha Amarela, a primeira via expressa urbana, viabilizada, no Brasil, pelo sistema “BOT” que foi concebida e implantada em tempo recorde. Dentro da modernização e descentralização dos transportes rodoviários, na região do Grande Rio, concebeu e realizou os estudos e projetos executivos do Arco Metropolitano, super via expressa denominada que liga o Porto de Sepetiba aos principais eixos viários regionais, como a BR-116 Sul e Norte, a BR 040 , a Via Lagos, a BR 101 Norte , a RJ 116, que já está em operação plena. Em início da década de 80, conveniada com uma empresa espanhola, introduziu no Brasil os conceitos dos parqueamentos urbanos subterrâneos, haja vista que havia construido os maiores subsolos brasileiros como do BNDES, no Rio, do Banco Itaú, em São Paulo, do Banco Central, em Brasilia, dos hotéis Meridien e Sofitel,etc.

Na parte portuária, destacam-se o porto de Pecém, Itaguaí e Manaus. No segmento aeroportuário, são significantes os projetos e gerenciamentos dos aeroportos de Salvador, Natal, Brasília, Fortaleza, São Luiz e uma dezena de aeródromos, além de ter feito o planejamento de todos os aeroportos brasileiros. Participou também da implantação de várias refinarias da Petrobras, como as de Landulfo Alves, Gramacho (Duque de Caxias), Betim, Campinas, etc., tendo recebido daquela estatal, prêmio pela qualidade de seu desempenho. No campo das fontes alternativas de energia, não se pode deixar de mencionar o “novo modelo energético do Estado do Amazonas” com suas 22 usinas termelétricas e 6 PCH’s, bem como, os inúmeros estudos de meio-ambiente por todo Brasil, inclusive projetos de saneamento, tratamento, preservação de águas e esgotos. A TECNOSOLO enfrentou um outro grande desafio quando assinou contrato para projetar, construir, equipar e operar a Arena Olímpica para os jogos Panamericanos do Rio, tudo isso, num prazo tido como impossível de 14 meses. Importante também citar o “know-how” adquirido nos projetos esportivos autossustentados, conveniados com empresas europeias. Recebeu o VI Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa, pelo projeto de readequação do Estádio Fonte Nova, em Salvador, prêmio disputado entre outros 996 projetos. No que tange a atuação internacional, destacam-se os empreendimentos da Barragem de Mindu, na Tanzânia, sete outras barragens para um complexo empreendimento de irrigação, na Argélia, bem como os estudos para o metrô da capital.

Atuou na Argentina fazendo os estudos de uma L.T. de 3.000km. No Chile fez a enfilagem do túnel adutor da Barragem da Colbum e, no Uruguai, participou da construção do sistema de águas para Montevideo. No Equador, onde chegou a ter uma filial, atuou nos estudos da auto estrada Quito-Guaiaquil. Na Bolívia, fez vários projetos referentes a irrigação e drenagem. Na Costa Rica atuou como consultora em projeto de usina para produção de álcool e açúcar. Finalmente, na Guatemala, contratada pelo BIRD, fez a supervisão/gerenciamento de um grande empreendimento agrícola. Com a Romênia, foi responsável pelo acordo entre aquele país e o governo do Estado do Rio de Janeiro, visando montar vagões ferroviários, em Três Rios, mediante transferência de tecnologia em troca de participação no programa de obras daquele país, recém saído do bloco da “cortina de ferro”, chegando a assinar, dois contratos para estabilização das encostas de importantes rodovias, na região de Brashov. Mais recentemente, atuou na Nigeria em estudos e projetos de saneamento e hospitalar. Chegou mesmo a fazer uma consultoria pontual em Formosa. Para serviços em águas profundas para a Petrobrás, disponibilizou, em consorcio com a International Marine Petrolium Corporation,do Kuwait, o primeiro navio-sonda provido de posicionamento dinâmico. 

LOGÍSTICA
A expansão da empresa, além da cidade do Rio de Janeiro, instalou uma primeira filial em Salvador que logo se seguiram as de Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Fortaleza, Manaus, e outras mais, chegando a ter um total de 12 filiais no Brasil e uma no Equador. Praticamente, todas essas filiais tinham infraestruturas completas como departamento, técnicos, administrativos e financeiros, depósitos, almoxarifados etc. Com o advento da informática e o aperfeiçoamento na logística de transportes, essas filiais foram sendo desnecessárias até que todos os serviços por elas prestados passaram a se concentrar na sede obtendo uma economia geral muito significante. Hoje, a sede da TECNOSOLO está instalada no bairro da Taquara dispondo de um prédio de cerca de 10.000 m2, que abriga todos os setores técnicos e administrativos dispondo também de áreas para parqueamento de equipamentos, almoxarifados e oficinas manutenção. Por tudo isso a história da TECNOSOLO não se conta em umas poucas laudas de uma apresentação. A empresa que sempre figurou entre as dez maiores do país, detém, assim, um extraordinário acervo de atestação técnica que a habilita atuar em todas as áreas da engenharia civil. Pelo que se depreende, O MAIOR PATRIMONIO DA TECNOSOLO É SUA MARCA E,  SEU INVEJÁVEL ACERVO TÉCNICO que a diferencia das empresas do ramo.

A MARCA TECNOSOLO: ATIVO INTANGÍVEL

“Uma marca não é um produto. É a essência do produto, o seu significado e, a sua direção que define a sua identidade no tempo e no espaço”

“A marca é o sinal ou o conjunto de sinais nominativos destinada a identificar os bens e serviços que a diferencia dos concorrentes”

Quando se trata de bens tangíveis, tais como, produtos industriais, que são, muitas vezes, respaldados por fortes campanhas na mídia, invariavelmente associadas à uma logomarca bem concebida, torna-se mais fácil incutir no propenso consumidor, a associação de tal produto com sua marca. É ela que irá chancelar futuros lançamentos do fabricante. Nesse caso, analisar e avaliar a influência da marca e, consequentemente seu valor intrínseco, parece menos subjetivo de quando se trata de bens intangíveis (invisíveis) situação que torna essa estimativa de valor da marca mais complexa. Como vender um projeto que ainda vai ser concebido a um cliente? Como convencê-lo que receberá o melhor produto (intelectual)? Isso só será possível se a futura concepção vier amparada por uma tradição de qualidade tecnológica representada pela marca. No caso da TECNOSOLO, essa questão de consolidar uma marca no mercado, tornou-se, desde o nascedouro da empresa uma obsessão. Era preciso ser diferente e melhor que qualquer concorrente. Assim, a marca e o nome da empresa teriam que ser suficientemente fortes para respaldar seu sucesso futuro. Dentro desse conceito, a TECNOSOLO foi criada. O que diferenciou a TECNOSOLO, foi a filosofia implantada por Costa Nunes, ou seja, apresentar tecnologias inéditas e renovadoras graças às ações inventivas de seu corpo técnico. Por isso, a TECNOSOLO passou a estar sempre, um passo à frente das demais concorrentes. Como os elementos da equipe técnica e de consultores eram oriundos do corpo docente das escolas de engenharia, desde cedo se implantou a política de estagiários, ou seja, a arregimentação dos mais brilhantes alunos que, selecionados durante estágios de três anos, eram incorporados, automaticamente, ao quadro técnico da empresa após suas formaturas. Esses jovens formandos eram, então, engenheiros especialistas em mecânica dos solos. O êxito dessa estratégia de preparação de profissionais, serviu de modelo para que Universidade Federal implantasse o curso de engenheiros de solos, cuja primeira turma de formandos, foi absorvida totalmente pela própria TECNOSOLO. Essa estratégia garantiu à empresa um potencial humano de técnicos de altíssima qualidade.

Como se viu, Costa Nunes fomentou a política de participação de seu quadro técnico, em congressos e simpósios, cujos anais eram divulgados pelos participantes aos demais companheiros de empresa e transformados em linguagem prática, através de “manuais técnicos”. Esses manuais, foram os precursores no Brasil da política de qualidade, ou seja, antes da implantação das ISO’s, nos seus diversos seguimentos. A empresa, nesse particular, se habilitou oficialmente em todas as especialidades em que militou.

Dessa forma, a marca TECNOSOLO foi-se difundindo no meio técnico nacional. O nome da empresa se fez presente nos congressos internacionais, onde o próprio prof. Nunes fora presidente de vários organismos internacionais da especialidade.

Dentro desse ambiente de pura tecnologia, a empresa desenvolveu, com total pioneirismo mundial, a tecnologia das ancoragens protendidas voltadas à estabilização de terraplenos. A partir da primeira obra de estabilização de taludes, no Hospital da Beneficência Portuguesa, no Catete, essa tecnologia foi intensamente divulgada e graças a ela a centenas de encostas do Rio de Janeiro que foram intensamente atingidas pela “tromba d’água” que ocorreu no ano de 1966, puderam ser regeneradas. Apesar do total sucesso dessa técnica, alguns aperfeiçoamentos ainda precisaram ser introduzidos. O combate à corrosão, a melhoria da capacidade de suporte do aço, a eficiência do sistema de injeções, a melhoria do sistema de usinagem e fabricação dos tirantes etc., foram preocupações totalmente superadas. Foram exaustivos os testes de carga que garantiram a qualidade e eficiência do método. Infelizmente, a TECNOSOLO, na época, não se preocupou em patentear seu invento que, ao longo dos anos, se tornou de domínio público. Sempre na dianteira de seus concorrentes, a empresa passou a fabricar além dos tirantes de barra, tirantes com fios de aço que lhe permitiu aumentar, substancialmente, a capacidade de carga. Entretanto, outro inconveniente teve que ser contornado, ou seja, o fenômeno da corrosão sob tensão extremamente danoso, em especial, quando da ocorrência de correntes elétricas parasitas, no solo. A TECNOSOLO, começou a fabricar comercialmente no Brasil, fios de fibras de vidro aglutinadas com resinas epóxicas anticorrosivas. Consequentemente, foi criada uma empresa coligada denominada Tecnoresinas.A TECNOSOLO passou a dominar a tecnologia das resinas no Brasil, graças à parceria feita com a Ciba-Geigy. Conseguiu-se fabricar resina epóxi de baixíssima viscosidade, semelhante à da água, bem como outros produtos gelatinosos que possibilitaram melhorar a capacidade de resistência de solos bem como suas coesões. Outras tecnologias foram igualmente concebidas e aplicadas, como o caso da “tecnotalus” ou sejam, elementos articulados de concreto destinado a proteção superficial de taludes de solos estéreis. O grande sucesso de vasto emprego, sobretudo em instalações industriais, foram as presso-ancoragens, isto é, estacas de pequenos diâmetros e grande capacidade de carga. Também, utilizando elementos de concreto para estabilização de aterros rodoviários, em especial aos adjacentes aos encontros de obras de arte especiais, a TECNOSOLO desenvolveu as micro-ancoragens. Alguns aparelhos e componentes especiais foram igualmente concebidos e empregados no dia a dia da empresa como o “tecnodip”, orientador de xistosidades de amostras rochosas, bem como o “tecno-dreno”, elemento filtrante de maciços terrosos utilizando componentes epoxidas não sujeitos à colmatação provocada por água calcárias.

A prática demonstrou que a conjugação de várias tecnologias foi vital para o sucesso na recuperação de estruturas danificadas. Nesse particular, o controle de movimentos de uma estrutura pode ser detectável graças a instalações instrumentação de leituras de movimentos com o uso de equipamentos de alta precisão. A empresa foi também pioneira quando adotou a técnica de sondagens submersas com utilização de “sinos pressurizados” que funcionavam como proteção de sondas rotativas e seus operadores que trabalhavam sob pressões manométricas de algumas atmosferas, abaixo do nível d’água. Essa tecnologia, face as condições de mar, foi empregada nas sondagens da construção da terceira ponte de Vitoria. A TECNOSOLO utilizou muito, em águas mais abrigadas, equipamentos tripoides, isto é, plataformas e pernas prolongáveis, como o caso das sondagens para a construção da ponte Rio-Niteroi, ponte de Florianópolis, Terminal Salineiro do Rio Grande do Norte etc. Como se constata, a criatividade da empresa sempre se fez presente e, por isso ela ousou, com total êxito, executando, por exemplo, as maiores provas de carga já vista no país. Para culminar sua aptidão pela tecnologia, a TECNOSOLO, com financiamento da FINEP, montou finalmente, seu centro de pesquisas próprio, o “Tecnocentro”, destinado a consolidar suas tecnologias. Pelo que se vê, nenhuma empresa congênere brasileira, sequer tentou investimentos próprios para consagrar seus processos. Todas essas tecnologias fazem parte do segmento de serviço especiais de engenharia, ou sejam, serviços não convencionais. Outros segmentos da engenharia civil foram implantados como os estudos e projetos, consultoria e gerenciamento de grandes empreendimentos.

Desenvolveu-se as atividades nos campos da energia convencional e das fontes alternativas, recursos naturais, meio ambiente, infraestrutura de transportes de qualquer natureza, enfim, um cem número de atividades impressionantes. Atuou em mais de 50.000 serviços de todos os tipos. Em todo o Brasil e no exterior dos quais, cerca de metade, são constantes de atestados oficiais que compõem o acervo técnico da companhia. É praticamente impossível descrever detalhes de cada contrato realizados. Entretanto, alguns serviços são especialmente marcantes na história da empresa e, porque não da engenharia brasileira. Eles serviram para consolidar a marca e o nome comercial da TECNOSOLO, e é relevante citar a seguintes obras:

a) Complexo energético do Funil - Itatiaia – RJ . Trata-se da primeira barragem de concreto de dupla curvatura, denominada barragem de casca em virtude do seu perfil esbelto, cujo projeto contou com tecnologia importada. A TECNOSOLO executou ali a consultoria geral de geologia e de geotecnia, sondagens, controles laboratoriais de solos e concreto, ensaios pioneiros do modulo de elasticidade “in situ” da rocha das ombreiras da barragem, desenvolveu o emprego de água gelada para inibir o calor de hidratação nas concretagens para evitar microfissuras, fez o enfilamento do túnel de desvio e fiscalizou a construção da barragem auxiliar de Nhangapi e do túnel de desvio do ribeirão Itatiaia, executando também, o mapeamento do diaclasamento das fundações da barragem - que foi tema de congresso internacional - e projetou a estabilização da ombreira direita atingidas por enorme deslizamento do maciço terroso. Essa ocorrência foi tema do Terceiro Seminário de Grandes Barragens promovido pelo Clube de Engenharia.

b) Complexo Industrial da Refinaria de Betim – MG. Tratou-se de executar ali, os projetos e supervisão da construção de três barragens, em especial a de Ibirité que, por ter utilizado jazidas de argila impregnadas de minério de ferro, gerou oxidação da água drenada, provocando a colmatação dos filtros horizontal, vertical e de pé, elevando o nível de água percolado alterando o peso específico do material terroso compactado, pondo em risco a estabilidade da obra, fenômeno esse que foram corrigidos mediante o emprego de filtros especiais concebidos pela Tecnosolo. É interessante ressaltar que anos depois, o mesmo fenômeno se manifestou no sistema de drenagem do pátio de minérios do porto de Vitória. Para consolidar as fundações dos tanques de combustível dessa mesma refinaria de Betim, empregou-se a técnica de cravação conjunta de estacas de areia e de solo-cimento, técnica essa concebida e empregada de forma pioneira, na consolidação do cais de minério do Caju, tudo com resultados excelentes.

 c) Barragem de Jacuy – Monlevade – MG. Ocorreu ali um acidente com a válvula de descarga de fundo da barragem, ocasionando a descida rápida do nível d’água e do gradiente hidráulico, consequentemente, ocorreu o deslizamento na ombreira esquerda, danificando um trecho de rodovia e, principalmente, da ferrovia responsável pela exportação de minérios da CVRD , bem como, comprometendo o resfriamento dos formos de gusa da siderúrgica Belgo Mineira , antevendo-se assim, uma paralização de consequências dantescas, tanto da usina como da ferrovia, por mais de seis meses. Entretanto, graças a tecnologia desenvolvida pela TECNOSOLO, a ombreira foi consolidada de forma emergencial, em menos de 24 h, através de injeções de resina epóxi. Posteriormente, foi executada uma cortina de contenção submersa atirantada, primeira obra do gênero feita no país. Essa intervenção evitou a ocorrência de lucros cessantes diretos correspondentes de milhões de dólares, tanto à Belgo, como à Vale do Rio Doce e, o custo dessa obra foi o correspondente a um infinitésimo do prejuízo que poderia ocorrer.

d) Barragem de Jacuy – Monlevade – MG. Ocorreu ali um acidente com a válvula de descarga de fundo da barragem, ocasionando a descida rápida do nível d’água e do gradiente hidráulico, consequentemente, ocorreu o deslizamento na ombreira esquerda, danificando um trecho de rodovia e, principalmente, da ferrovia responsável pela exportação de minérios da CVRD , bem como, comprometendo o resfriamento dos formos de gusa da siderúrgica Belgo Mineira , antevendo-se assim, uma paralização de consequências dantescas, tanto da usina como da ferrovia, por mais de seis meses. Entretanto, graças a tecnologia desenvolvida pela TECNOSOLO, a ombreira foi consolidada de forma emergencial, em menos de 24 h, através de injeções de resina epóxi. Posteriormente, foi executada uma cortina de contenção submersa atirantada, primeira obra do gênero feita no país. Essa intervenção evitou a ocorrência de lucros cessantes diretos correspondentes de milhões de dólares, tanto à Belgo, como à Vale do Rio Doce e, o custo dessa obra foi o correspondente a um infinitésimo do prejuízo que poderia ocorrer. Outro feito de iguais proporções foi o obtido na construção da Arena Olímpica. A Prefeitura do Rio, durante cerca de 3 anos, negociara a construção desse ginásio com um grupo de empresas. Não houve sucesso nessas negociações e só restavam 16 meses para início dos jogos. A Prefeitura teve que colocar a obra em licitação convencional e, a Tecnosolo, possuindo habilitação técnica, venceu essa concorrência, mas sob a desconfiança da Prefeitura quando a capacidade da Tecnosolo cumprir os prazos contratuais. Não havia projeto básico quanto mais, projeto executivo. Nada de sondagens. Como fazer a obra? Novamente, graças à capacidade de seu corpo técnico, traçou-se uma estratégia de construção. Com experiência, pode-se estimar as cargas nas fundações e essas foram imediatamente iniciadas e concluídas em 35 dias. Nessa altura, já havia um arranjo estrutural que permitiu dispor, com exatidão, das reais cargas atuantes. Foram feitas provas de carga e, não mais que meia dúzia de blocos, foram necessários reforçar. Concebeu-se um projeto estrutural misto: parte em concreto convencional, parte em concreto pré-moldado e, parte, em estrutura metálica. Isso permitiu descentralizar os canteiros de serviço. Já no terceiro mês de obras, as estruturas começaram a emergir das fundações. Na época montou-se um sistema de câmaras de TV’s que permitiram o permanente controle dos tempos e movimentos em todas as frentes de serviços. Trabalhou-se 24 h por dia e a obra foi entregue ao contratante, antes do término do prazo. Pelo seu sucesso, a própria Tecnosolo foi contratada para operar a Arena, durante os jogos. Mais de 1200 operários trabalharam nessa obra e, como reconhecimento, tiveram seus nomes gravada em um painel fixado na entrada principal daquele estádio.

A MARCA Tecnosolo, foi fixada e preservada por uma série de atitudes adotadas desde sua fundação. Assim, a série de “Manuais Técnicos” que ela implantou, foi o norteador para assegurar a qualidade dos serviços por ela realizados, orientação que antecedeu a imposição legal das ISO’s. Como essência dessa política de auto qualidade a que a empresa se impôs, anexa-se o capítulo 1.6 daqueles manuais, intitulado:” Código de ética de engenheiros e técnicos da Tecnosolo”.

Outra ação que embasou a MARCA, foram as publicações técnicas que difundiram novas tecnologias, muitas delas decorrentes de temas/anais de congressos e simpósios especializados. Tais publicações se intitularam “TÓPICOS DE GEOMECÂNICA”. São dezenas de fascículos que podem ser encontrados em nossos arquivos.

Após o falecimento de Costa Nunes, outro companheiro de equipe, o Engº Marnio Camacho, provavelmente seu mais brilhante discípulo, veio sucedê-lo no comando da empresa sem nunca tê-lo substituído pois gênios são insubstituíveis. Marnio, com a base estruturada por Costa Nunes, deu características de modernidade em todos os seguimentos de atuação da empresa, expandindo-a para outros horizontes. Hoje ele detém a titularidade da maioria das atestações técnicas junto com outros companheiros que a completam. Marnio, desenvolveu importantes segmentos como os das fontes alternativas de energia, a expansão nos projetos de irrigação e drenagem, e de vias expressas e, por fim, enveredando para o campo da construção civil. Marnio acumulava a presidência da Diretoria Executiva com a do Conselho de Administração, tarefas que o sobrecarregava com exaustão. A partir de outubro de 2004, Marnio repassou as funções executivas a um jovem, mas experiente membro de sua equipe de gestão, o Engº Marcelo Carneiro, um verdadeiro obstinado profissional, forjado na empresa desde a época de estagiário e conhecedor profundo de todos meandros empresariais. Foi Marcelo o responsável direto para conduzir duas excepcionais e desafiantes obras: a Arena Olímpica e o Velódromo. Hoje com seu vigor e notável capacidade detalhista, é o incansável líder e coordenador das ações executivas da Tecnosolo, com as quais está comprometido inteiramente. A esse respeito, foram produzidas reportagens de TV’s muito esclarecedoras, conforme podem ser vistas em “vídeos institucionais”, no menu principal do site.

Como se viu, esses alertas enfáticos dos projetistas da Tecnosolo, não foram considerados em tempo hábil e, o pavoroso desastre ocorreu, inevitavelmente à custa de quase três centenas de vítimas.