O Auditório Samuel Celestino foi palco de um espetáculo inesquecível na noite desta quarta (4). O Madrigal da UFBA, em sua vibrante celebração de 70 anos, encantou o público com interpretações sublimes de clássicos natalinos e músicas brasileiras.
Sob a regência do maestro Rafael Garbuio, o coral preencheu o ambiente com harmonias que pareciam tocar a alma, transformando cada nota em um convite à esperança e à união. “Para nós, foi mais especial ainda porque esse concerto é um resumo de tudo o que a gente fez este ano, no qual comemoramos 7 décadas do Madrigal”, pontuou Garbuio.
Encerrando um ciclo desafiador para o projeto da ABI e da Escola de Música da UFBA, o Madrigal trouxe uma mensagem poderosa de renovação, lembrando que a música é uma ponte entre o passado e o futuro. Mais do que uma celebração, foi um chamado para que o espírito de Natal inspire novos começos. Um verdadeiro presente para todos que prestigiaram a noite.
Sobre o futuro da própria Série Lunar, a coordenadora do evento, Amália Casal, prometeu um 2025 ainda mais brilhante, apesar da temporada mais curta. “Em 2025, vamos ter um menor tempo, porque [a temporada] vai começar em abril e vamos até agosto por causa da mudança de gestão, mas o projeto continua e espero que em 2025 ele cresça cada vez mais”, explicou ela.
Resistência
O encerramento da Série Lunar 2024 foi mais do que um concerto, foi um encontro de histórias, arte e resistência, trazendo também reflexões importantes sobre a necessidade de preservação e revitalização do nosso Centro Histórico. O presidente da ABI, Ernesto Marques, lembrou ao público da Série Lunar da importância da sua presença ali no coração de Salvador.
“Quando a gente mantém um espaço como esse aqui no Centro Histórico é uma atitude de resistência, e a gente ficaria pregando no deserto se convidássemos as pessoas para virem para cá e ninguém aparecesse. Então, estar aqui hoje é também um gesto de resistência”, pontuou ele.
O sentimento foi ecoado por Clarindo Silva, jornalista e agitador cultural que é um ícone do Pelourinho. Clarindo, que lançou um Movimento pela Retomada da Revitalização do Centro Histórico em sua Cantina da Lua no dia 3, aproveitou o momento para fazer um protesto sobre as condições desse patrimônio histórico da humanidade.
“Eu vejo o Pelourinho sempre como o coração dessa nação chamada Brasil, mas lamentavelmente nem sempre eles conseguem enxergar a grandiosidade desse lugar. […] Minha querida Baixa do Sapateiros, que é a aorta do Pelourinho, está vivendo um momento de desrespeito, de agressão e de desprezo, um lugar que outrora era um shopping a céu aberto”, lembrou ele.
Confira os cliques de Arisson Marinho no álbum abaixo (Facebook):